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CASA DAS CALHETAS - CALHETAS, RIBEIRA GRANDE
Situada na costa norte da ilha de S. Miguel, à beira-mar, a Casa das Calhetas é uma construção do séc. XVIII (1723). Solarenga na traça, foi desde sempre casa de morgados. As vistas ao Norte-Nordeste oferecem um cenário impressionante sobre o Atlântico, a costa Norte da ilha e a Serra da Lagoa do Fogo. As vistas ao Sudoeste, abrem um cenário completamente diferente sobre o único convento de clausura dos Açores e o magnífico jardim centenário da casa. Decorada com simplicidade, guarda o sabor das casas abastadas do meio rural açoriano.
A moradia tem uma estrutura arquitectónica das casas abastadas do meio rural açoriano da época, com jardim de estilo inglês, com lago e campo de cróquete. O pátio interior, em pedra de lavoura, possui uma escadaria dupla de estilo colonial espanhol. No primeiro andar situa-se a parte nobre da casa onde se encontram os quartos, a sala de jantar, uma sala de estar e a biblioteca, sendo os soalhos em madeira de pinho resinoso e os tectos em estuque, com estrutura acaixotada. Neste piso existem dois halls com soalho em pedra de lavoura, lareira com azulejos da Lagoa e cozinha com acesso directo aos alpendres.
Travessa do Morgado, SN - Calhetas
Todas as salas têm varanda em ferro fundido com vistas para a bala da Ribeira Grande. As vistas para norte e nordeste oferecem um cenário impressionante sobre o Atlântico, a costa norte da ilha e a serra da Lagoa do Fogo, enquanto as vistas para sudoeste desvendam um cenário que inclui o único convento de clausura dos Açores e o jardim da casa.
O edifício tem várias adegas, onde se fazia antigamente o vinho, com estrutura típica das adegas da Ribeira Grande.
In Solares de Portugal A arte de bem receber , Edições INAPA, 2007
HISTORIAL
O morgado das Calhetas, do qual faziam parte a Quinta, Solar e Ermida da Boa Viagem, foi instituído por escritura de doação de 12 de Novembro de 1731, confirmada por testamento em 17 de Maio de 1734, pelo Capitão António do Rego e Sá (1667-1734) a sua segunda mulher D. Rosa Pais da Silva, filha de João da Silva Rebello e de D. Isabel Pais Leite. O Capitão António do Rego e Sá era filho do capitão Nicolau da Costa d'Arruda Botelho (1632-1689) e da sua mulher D. Inês Tavares de Mello; 6º neto em legítima varonia de Gonçalo Vaz Botelho, "O grande no corpo e na condição", grande fidalgo do século XV e um dos primeiros povoadores de São Miguel.
O último morgado das Calhetas foi José de Medeiros Bettencourt e Rego de Sá e Mello (1839-1885), que casou a 17 de Agosto de 1864 na freguesia da Conceição, da Ribeira Grande com Isabel Augusta da Silveira Estrela (1842-1933). Desta altura datam o actual Fontanário (1846) sito na rua da Boa Viagem está dedicado ao seu pai Manuel de Medeiros Bettencourt da Câmara Mello (1817-1860), e o portão de ferro fundido que dá acesso ao jardim dedicado a D. Isabel Augusta da Silveira Estrela.
O brasão do solar tem as seguintes armas:
Escudo partido:
I - de verde, com banda ondada da sua cor, carregada de três vieiras de ouro (Rego).
II - de ouro, com quatro bandas de vermelho (Botelho).
III - Timbre: leão sainte de ouro, armado e lampassado de vermelho (Botelhos sem bandas)