QUINTA DE SANTO ANTÓNIO - SÁ, MONÇÃO

Situada entre Monção e Melgaço, a Quinta de Santo António usufrui de uma vista panorâmica sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês. É um assento de lavoura, repositório de tradições e costumes antigos associados à vida rural. Recuperada com conforto e qualidade, constitui uma experiência inspiradora.

Os atuais proprietários, Judite do Vale Ranhada Alves Moreira e seu marido, recuperaram a casa homenageando o seu fundador, António Luís Marques, emigrante brasileiro. Oferece condições para uma estadia inspiradora, com momentos de evasão no campo. Os hóspedes, dispõem de biblioteca, sala de jogos, bar e refeições de produtos locais, com espaço para jogos, integrando um espaço para a realização de seminários, jardins e capela. Possibilita a organização de percursos a pé e de bicicleta, junto ao Rio Minho e no seio de montanhas ricas de fauna e flora, termas e aldeias. Tudo isto resulta num convite para descobrir as belezas da região.

Alojamento

  • 1 x Apt. x3 - Desde 120.00€ / noite
  • 1 x Apt. x4 - Desde 150.00€ / noite
  • 5 x Apt. x2 - Desde 98.00€ / noite

Características

  • Bar
  • Bilhares
  • Estacionamento
  • Fala-se espanhol
  • Fala-se francês
  • Fala-se inglês
  • Jardins
  • Passeios a Pé
  • Pequeno-almoço não incluído
  • Piscina
  • Refeições mediante solicitação
  • Sala de jogo
  • Sala para conferências
  • Termas

Localização

Lugar de Albergaria - Sá

181 CC

Localizada numa área de lavoura na antiga e pitoresca aldeia de Albergaria, a doze quilómetros de Monção, encontra-se a Quinta de Santo António. Os visitantes que aqui se dirijam encontram, a meia encosta, dominando o vale onde corre o rio Minho e desfrutando de uma vista magnífica sobre o Parque Nacional da Peneda-Gerês, a propriedade, inserida numa área de lavoura prendada por um silêncio ancestral.

A quinta é hoje conhecida por Quinta de Santo António, nome escolhido pelos actuais proprietários, Judite do Vale Ranhada Alves Moreira e seu marido, em homenagem ao seu fundador, António Luís Marques um emigrante brasileiro que adquiriu a propriedade no século XIX e a renovou, respeitando o estilo arquitectónico da região. Tendo em vista a utilização da propriedade para turismo, os Alves Moreira cuidaram de fazer com que fossem restauradas as instalações agrícolas, constituindo assim um lote de apartamentos dotado do máximo conforto.

No seu conjunto, a Quinta de Santo António é um complexo equilibrado que integra a casa e os blocos habitacionais através de um pátio empedrado, à beira da piscina. Ao nível dos acabamentos e revestimentos, foram respeitadas as paredes de pedra à vista e os tectos com vigas de madeira nas zonas comuns, como a sala, que dispõe de lareira, e uma pequena biblioteca.

À disposição dos hóspedes, encontram-se uma mesa de bilhar, serviço de bar, refeições simples mediante solicitação - embora os apartamentos disponham de cozinha -, um salão de jogos, um salão de festas, um espaço para a realização de seminários, jardins e uma sossegada capela. Os apreciadores de passeios podem ainda alugar bicicletas de montanha, excelentes para partir à descoberta das belezas do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

In Solares de Portugal A arte de bem receber , Edições INAPA, 2007

HISTORIAL

A Casa de S. António localiza-se numa quinta de lavoura na antiga e pitoresca aldeia de Albergaria de Sá, no concelho de Monção.

O cambista António Luís Marques viveu na quinta, numa casa situada na parte inferior da propriedade, à margem de um velho caminho romano existente até 1886. Não existem informações sobre a casa, no entanto, e a julgar pelos vestígios que ainda restam, António Marques deveria ter tido um nível de vida elevado para a época.

António Marques (filho), aos 17 anos, era um rapaz boémio e para fugir à austeridade dos pais pediu para a Mª Antónia para estar atenta às suas leves pancadas na porta de entrada, para que pudesse entrar depois das suas noitadas. O tempo foi passando, as precauções em encobrir o jovem foram-se mantendo, surgindo entre eles uma relação de gratidão, confidências e dedicação.

No regresso de uma das noites de boémia, o jovem bateu à porta, com as precauções habituais, no entanto, Mª Antónia movida pelos ciúmes resolveu ignorar o toque durante algumas horas. Por fim, quando resolveu abrir a porta deparou com António Luís a cambalear com o frio e todo encharcado, pois havia caído numa poça de água ao tentar apanhar o chapéu que tinha sido levado por uma lufada de vento. Arrependida pelo castigo que impôs ao jovem, apressou-se a servir-lhe um café quente e a retirar-lhe a roupa molhada. O esforço foi em vão pois o jovem já se encontrava gravemente doente.

Quando o jovem faleceu, Mª Antónia encontrava-se grávida, mas dessa vez não foi necessário encobrir o seu estado. A criança nasceu por volta de 1850 e recebeu o nome de António Luís Marques (III) tal como seu pai, apesar de não ter sido perfilhado pois nasceu após a sua morte.

António Luís Marques (III) emigrou ainda adolescente para o Brasil em busca de sucesso. Regressou em 1885, com uma razoável fortuna e com a ideia fixa de comprar propriedades e prédios no Porto. No entanto, os seus planos foram alterados acabando por comprar à sua irmã a casa que esta havia herdado de seus avós, em Albergaria de Sá, além de várias propriedades nas redondezas. António mandou de imediato demolir parte da casa, e sobre os seus alicerces, mandou edificar uma mansão.

O sentimento de união e amor demostrado por António ao construir o seu lar é visível na construção da casa. Exemplo disso é o símbolo escultural, colocado sobre o leito do casal, representando duas mãos unidas e apertadas com elegância, que ainda hoje se encontra intacto fazendo parte da parede.

O respeito e obediência predominavam na relação entre Francisca e António Luís. Em 1904, nasceu o primeiro filho do casal, a quem também foi dado o nome de António Luís Marques (IV).

António Luís (IV), aos 22 anos, conheceu Aurora Domingues, natural de Lisboa e a passar férias em Penso, surgindo entre eles um grande amor. Aurora foi pedida em casamento, e quando as duas famílias se reuniram para estabelecer a data de casamento, descobriram que Aurora era filha de José Domingues, antigo namorado de Francisca e por quem estava apaixonada na altura do seu casamento com António Luís.

A surpresa foi bem acolhida e o casamento realizou-se no dia 22 de Dezembro de 1927 com todo o requinte da época, pois José Domingues era possuidor de uma grande fortuna conseguida através do seu trabalho em Lisboa. Como prenda para sua filha, José importou da Alemanha um piano vertical, (que ainda hoje existe) e com o qual Aurora entretinha os amigos do casal nas longas noites de Inverno.

António e Aurora foram viver com Francisca mas, em 1936, António foi obrigado a ir com sua mulher para Lisboa em busca de trabalho pois havia uma crise na agricultura. Apesar da vontade de regressar, o casal permaneceu 30 anos em Lisboa. O casal não teve filhos, o que constituiu uma decepção para Francisca que tanto ansiava um neto.

Na altura em que foi feita a doação, a quinta e a casa encontravam-se em condições bastante precárias, mas os novos proprietários decidiram restaurar a casa. A quinta é actualmente conhecida por Quinta de Santo António, nome escolhido pelos novos proprietários - Judite e Dr. Alves Moreira - em homenagem ao seu fundador António Luís Marques (III) .