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Capital de distrito, conhecida pelo cognome de "Princesa do Minho", Viana do Castelo estende-se entre o mar e o rio Lima, num amplo vale delimitado, a norte, pelo monte de Santa Luzia. A D. Afonso III, que lhe concedeu foral em 1258, deve Viana a sua fundação. Desde sempre povoação piscatória, o mesmo soberano mandou erguer junto à foz uma imponente torre, para afastar da costa os piratas provenientes da Galiza e Norte de África. À pesca associou Viana o comércio marítimo com o Norte da Europa (e posteriormente com o Brasil), tornando o seu porto num mais movimentados de todo o país. A Viana ficou também ligada a grande epopeia dos Descobrimentos, através de personalidades como Gonçalo Velho, um dos primeiros navegadores do Infante D. Henrique, a quem foi confiada a colonização dos Açores ou Fernão Martins (o Mourão), que chefiou uma expedição à costa africana por ordem de D. João II.
Em 1847, um gesto de lealdade do comandante da praça de Viana levou a que a rainha D. Maria II a elevasse a cidade. Resistindo ao cerco montado pelas forças do conde das Antas, sublevadas contra o governo dos Cabrais durante a guerra civil da Patuleia, o comandante da fortaleza dirigiu-se a Lisboa para entregar a chave do castelo à real soberana. Assim, determinou D. Maria que a vila fosse elevada a cidade e se passasse a designar Viana do Castelo e não Viana da Foz do Lima, como até então.
A cidade encontra-se hoje em franco progresso. As suas principais actividades económicas são a indústria naval, a pesca, as indústrias de celulose e de produtos alimentares e, mais recentemente, o turismo.
Viana do Castelo é cidade desde 1848 e vila desde 1258. Antes, era um aglomerado agro-piscatório na margem direita da foz do Rio Lima, descendente dos povoados castrejos dos montes circundantes, particularmente, do de Santa Luzia, onde se conservam restos de um castro, romanizado e ocupado pelo menos até ao séc. IV. Mas encontramos vestígios paleolíticos nos terraços fluviais e praias elevadas do quaternário. No século X, a região foi objecto de presúria pelo prócer galego Paio Vermudes, fundador dum mosteiro que os seus descendentes restauraram em S. Salvador da Torre.
O objectivo do foral de D. Afonso III é o de criar um aglomerado urbano, de expressão mercantil marítima, junto à foz do Lima, concentrando, no morro mais próximo do rio, uma população dispersa pelas quatro "vilas" existentes em redor, e centralizando no município a administração e eventualmente a defesa do termo concelhio.
A muralha, concluída em 1374, tinha inicialmente quatro portas, mas dela só restam hoje escassos vestígios visíveis. Englobava no seu circuito um bairro marítimo e a lage do penedo onde reuniam os "homens-bons" e junto da qual se ergueu a Torre de Menagem. Mas deixava de fora a igreja paroquial, lugares rurais e a piscatória Ribeira. Foi por isso que no século XV se construiu intra-muros (à custa do Penedo do Concelho e da torre) uma nova igreja, dedicada a Santa Maria Maior, que tornou obsoleta a igreja do Salvador e que transformou em Matriz (hoje Sé).
De Viana partiu João Álvares Fagundes à descoberta das terras do Noroeste Atlântico e, como ele, outros navegadores e militares, para o Brasil e para a Índia. De Viana, era o Capitão do Porto Seguro Pero do Campo Tourinho.
Como o comércio e o porto tinham de ser defendidos, D. Manuel fez construir a Torre da Roqueta. A ameaça dos piratas obriga a obras de ampliação no tempo de D. Sebastião, e D. Filipe I fez aí construir a obra integradora que, com poucos acrescentes posteriores, é o Castelo de Santiago da Barra. E foi pela épica resistência às tropas da Patuleia que a Rainha D. Maria II elevou Viana a cidade, por carta régia de 20 de Janeiro de 1848, afectando-lhe ao nome o monumento mais simbólico do seu passado e do seu valor: e Viana da foz do Lima passou a ser, definitivamente, Viana do Castelo.
A recuperação económica do século XVIII tinha trazido novas riquezas, e com elas os solares que embelezam a Ribeira Lima.
No século XIX vai-se prolongando este esforço construtivo de igrejas e palacetes. Mas surge, também, o Teatro Sá de Miranda, e o caminho de ferro veio trazer uma monumental estação (risco de Alfredo Soares) e a bela ponte metálica projectada por Gustave Eiffel. Mas Viana se ainda vive orgulhosa de um passado recente, prepara-se quase de um salto, para entrar no novo milénio, com o pé direito e da melhor forma. É o novo porto comercial, na margem esquerda, dando um outro movimento à zona de Darque e Cabedelo. É a nova ponte a valorizar uma IC 1, imprescindível nas ligações Valença/Viana/Porto. É o polígono industrial e o Ensino Superior. A nova doca de recreio, a Marina, o complexo turístico da beira-rio. É o centro histórico revivendo-se nas ruas velhinhas de séculos. É todo um concelho motivado que se afirma, consciente da sua força e do seu querer.