Reservas
(Chamada para a
rede fixa nacional)
A ocupação humana da zona das actuais Termas remonta a épocas muito remotas, que não será possível localizar com muita exactidão, no entanto as referências históricas existentes são notáveis, sendo de referir os testemunhos castrejos presentes, pela sua importância e representatividade, nas imediações deste espaço. Supõe-se que este terá sido o ponto de partida para que os romanos, conhecedores das propriedades curativas das águas minero-medicinais, iniciassem a construção do "Balneum", constituído por quatro estruturas designadas por "Tepidarium (banho de transição) Sudatarium (banho de vapor), Caldarium (banho de água quente) e Laconicum (estufa seca)".
A edificação do conjunto termal, na margem esquerda do rio Vouga, é atribuída aos Romanos, a comprovar temos não só o termo - "Balneum" denominação da qual proveio a palavra Banho, nome pelo qual ficou conhecido o lugar após a saída daqueles povos - como também a existência de importantes ruínas e vestígios arqueológicos. A realização de várias escavações arqueológicas, iniciadas em 1985, permitiram a descoberta de vários fustes e capitéis de grandes colunas jónicas, várias piscinas e numerosas medalhas com as efígies de Constantino e Trajano, bem como uma inscrição votiva ao Deus Mercúrio.
Com a queda e desmembramento do Império Romano segue-se um interregno na vida das Caldas Lafonenses, denominadas deste modo a partir do Séc.XII. Sabe-se que, depois desta data, foram frequentadas por ilustres figuras da corte portuguesa, de entre as quais se destaca D. Afonso Henriques, que em 1152 concedeu foral à Vila do Banho, elevando-a desta forma a concelho, mais tarde a Couto do Reino e, posteriormente a Couto de Honra . O concelho do Banho foi um dos mais antigos do reino e, sendo a terra mais antiga de Lafões, podemos deduzir que tenha sido, durante muito tempo, a sua capital.
Em Setembro de 1169, o Rei Fundador já se encontrava em terras de Lafões, a fim de tratar a fractura que sofrera numa perna, após uma retirada precipitada, durante a Batalha de Badajoz. Aqui terão sido lavrados e aprovados documentos de extrema importância, referentes à organização e administração do reino. A presença de D. Afonso Henriques vai alterar grandemente o funcionamento e a vida das Caldas Lafonenses, a tal ponto que estas vão ficar associadas ao nosso primeiro soberano. Depois da vinda de D. Afonso Henriques e do êxito que as águas haviam produzido aos seus males, aumentou o número de nobres e plebeus, de ricos e pobres, que procuraram a cura para os seus achaques na água termal da Vila do Banho .
Com D. Manuel I, as Caldas do Banho sofreram várias alterações e ao conjunto passa a chamar-se Hospital Real das Caldas de Lafões , devido à edificação de um Hospício, construído a mando do Rei Venturoso. Em 1515 foi dado, pelo monarca, novo e mais importante foral à Vila do Banho. Certo é que as Caldas Lafonenses obtiveram grande êxito e distinção com a cura do nosso primeiro Rei e com a posterior estadia de D. Manuel, no entanto o que as destaca e as impõe à consideração médica é, sem dúvida, o facto destas serem as primeiras Termas, do nosso país, a serem submetidas ao estudo científico de um médico.
Em 1884 a Câmara Municipal de S. Pedro do Sul deliberou construir um moderno balneário, que sucede ao antigo Hospital Real e cujos trabalhos tiveram inicio nessa mesma data. Em 1894 a Rainha D. Amélia, acompanhada de seus dois filhos, aqui se deslocou com a finalidade de obter a cura para os seus achaques. Como forma de assinalar a estadia de tão ilustre visitante deliberou a Câmara da época colocar no átrio do então recente edifício uma placa com o brasão da soberana, bem como o seu busto em alto-relevo. Em 1895 fora publicado um decreto que determinava que as Caldas de Lafões se passassem a denominar Caldas da Rainha D. Amélia . De imediato o nome da soberana foi atribuído ao novo balneário, o qual subsiste até à presente data. Com o advento da República, o local passou a ter a denominação actual de Termas de S. Pedro do Sul.
Em 1987 foi inaugurado um novo e amplo Centro Termal e parcialmente encerrado o Balneário Rainha D. Amélia, a fim de serem levadas a cabo importantes obras de restauro. Este encontra-se em funcionamento desde meados do mês de Setembro de 2001 e está dotado do mais moderno equipamento, a fim de serem praticadas as várias técnicas de tratamento termais. Está ainda dotado de algumas áreas de lazer como é o caso do Núcleo Museológico, onde se podem apreciar as técnicas mais antigas usadas nos tratamentos termais, uma sala Multiusos com exposições variadas e um Auditório onde frequentemente decorrem palestras, congressos, etc. Os dois edifícios encontram-se actualmente em funcionamento.
Desde meados da década de 80, as Termas de S. Pedro do Sul são a mais importante estância termal do nosso país. No ano de 1990 o nível de frequentadores ultrapassou os 14.500 aquistas registando-se um crescimento constante até aos dias de hoje, que já atingiu os 25.000. A procura das Termas tem vindo a aumentar sucessivamente, o que permite perspectivar a possibilidade de alargar os serviços, pretendendo-se assim ir ao encontro das expectativas dos aquistas.