Reservas
(Chamada para a
rede fixa nacional)
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A Vila Medieval de Ourém posiciona-se num morro, a cerca de km da parte nova da cidade de Ourém e, de um modo geral, marca a charneira entre duas paisagens: uma paisagem de calcários e serras a sul, e uma paisagem de arenitos, aluviões e ribeiras a norte.
No topo da colina repousa o castelo, dotado de uma posição estratégica de domínio do território envolvente. Este burgo amuralhado, com ocupação humana desde a pré-história, desenvolveu-se sobretudo no período medieval a partir de dois eixos: um eixo militar e um eixo religioso. Após a sua reconquista aos mouros, o primeiro rei de Portugal doou-o à sua filha D. Teresa, que em 1180 lhe atribuiu o primeiro foral e o seu escudo de armas, dando origem ao brasão de Ourém. No decurso da elação da vila a cabeça de condado, o terceiro conte, D. Nuno Álvares Pereira, e sobretudo o quarto conde D. Afonso (seu neto e neto do rei D. João I), imprimiu-lhe grande fulgor. Este ilustre do século XV foi responsável pela construção e consolidação dos principais monumentos do burgo. Ali instituiu a colegiada e erguei o paço dos condes de Ourém para instalar a sua residência. Este monumento nacional, composto por uma torre central de dois torreões, espalha a presença, já então do transnacionalismo de Ourém e a visão vanguardista de D. Afonso, que lhe imprimiu influências da arquitetura norte-africana e italiana. Este 4º conde recuperou o castelo de Ourémm, composto por três torres, cujo recinto acolhe uma cisterna que conserva água durante o ano interior, sobressaindo ainda a torre de D. Mécia, onde a rainha terá estado retida. Construiu ainda a fonte gótica, um belo exemplar do gótico em Portugal, na qual as invasões francesas deixaram marcas da sua passagem por Ourém ao decapitarem a cabeça da águia que integra o brasão de armas. No piso térreo da antiga colegiada encontra-se a cripta. Ao centro desta capela em abóbada está o túmulo de D. Afonso, com as suas armas na cabeceira e dois guindastes aos pés. Na estátua jacente sobressai o rosto do conde, considerado um dos mais bem esculpidos em Portugal antes do Renascimento. A Praça do Pelourinho, através do pelourinho, da antiga casa da Câmara e das antigas cadeias de Ourém, nas imediações, evoca o poder político e jurídico-administrativo deste burgo, que já foi sede do concelho. A antiga Câmara acolhe a galeria municipal e o posto de turismo, ao serviço da difusão das artes e da cultura local. Nas antigas cadeias funciona a Ucharia do Conde, enquanto espaço de degustação e venda da gastronomia local, designadamente do vinho medieval de Ourém. A vila medieval é enriquecida pelas ruas com traços medievais, que rasgam o casario branco, pelo comércio tradicional e pelas pessoas que lá habitam. Fora de portas, a visita estende-se pelas encostas do morro, descendo a calçada histórica da Carapita, com paragem na fonte dos cavalos e a calçada da Mulher Morta, que percorre uma bolsa de mata mediterrânea.