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Situada no sopé nordeste da serra de Montemuro e a 12 km do rio Douro, Lamego é a capital da Região de Turismo do Douro Sul. Excelente epicentro na produção de vinhos licorosos e espumantes, é em Lamego que vamos encontrar as raízes do famoso vinho do Porto, pois foi nesta cidade que, no século XVI, um mercador inglês tomou conhecimento do precioso néctar, levando a sua fama para Inglaterra. Mas não são só os vinhos que atraem gente a Lamego. Mal chega o mês de Setembro e a cidade é "invadida" por milhares de romeiros movidos pelo culto de Nossa Senhora dos Remédios. Desde há longo tempo que o santuário em sua honra é um dos principais motivos de visita desta cidade. Por ela passaram povos que foram deixando alguns vestígios. Primeiro os romanos seguidos posteriormente pelos visigodos que a tornaram uma cidade importante. Mais tarde, em 1057, após quatro séculos de lutas entre cristãos e muçulmanos, foi conquistada aos mouros pelo leonês Fernando Magno. Mas em 1102 ainda viria a travar-se nas suas imediações a Batalha de Arouca entre o rei mouro Echa Martim e o conde D. Henrique, a quem aquele pagava tributo. Egas Moniz ajudou o Conde na batalha e ambos saíram vencedores. O mouro ficou cativo e acabou por se converter ao catolicismo, pelo que D. Henrique o investiu senhor de Lamego. Já no ano de 570 d.C. Lamego era reconhecida como cidade. Foi elevada a diocese no longínquo ano de 1071 e recebeu foral das mãos de D. Sancho I em 1191 e de D. Manuel em 1514. O seu povoamento foi em muito incrementado por Egas Moniz que tinha casa na localidade próxima de Britiande, onde a sua mulher criou os filhos de D. Afonso Henriques. Hoje, Lamego é uma cidade que alberga cerca de 30 mil habitantes e 24 freguesias distribuídas a sul do Douro.
Situada a cerca de 12 km das margens do Douro, Lamego conheceu, no séc. XVIII, um tempo de grande prosperidade quando aqui se produzia um "vinho fino", que esteve na origem do afamado vinho do Porto. Cidade muito antiga, já os Visigodos no séc. VII haviam elevado Lamecum a sede de bispado. Depois, teve sorte igual a tantas outras localidades que mais tarde viriam a ser portuguesas: foi tomada pelos Mouros, reconquistada para os Cristãos, voltou à posse do Islão, até que em 1057, Fernando Magno de Castela, bisavô de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, a reconquistou definitivamente. Dos tempos medievais dão testemunho o castelo, no alto da cidade, a Sé e a pequena igreja de Santa Maria de Almacave.
v A predominância da influência da Igreja ao longo de muitos séculos, que a extinção das Ordens Religiosas em 1834 viria a restringir, dotou Lamego de numerosos templos que revelam a influência clássica do tempo da sua construção nos sécs. XVI e XVII. Histórias contadas nos azulejos que revestem as paredes, pintura sacra e belas decorações em talha de ouro acrescentadas na época barroca são motivos para entrar quando passar por elas. Especial relevo para a Igreja do Convento de Santa Cruz, com vista para a cidade. e para o sumptuoso e monumental santuário barroco dedicado a Nossa Senhora dos Remédios, que no alto dos seus 600 metros responde ao apelo dos crentes aflitos, concedendo remédio para os seus males. A cidade presta à Senhora os merecidos agradecimentos dedicando-lhe todos os anos (entre os dias 6 e 8 de Setembro) a grande Romaria de Nossa Senhora dos Remédios. Também a nobreza e a alta hierarquia da Igreja erigiu aqui os seus palácios de fausto para perpetuação do seu poderio e glória: a Casa do Poço, que conserva belíssimas janelas geminadas, uma do séc. XII e outra do séc. XVI; a Casa das Mores, a Casa das Brolhas, ambas do séc. XVII, para referir algumas.
No extremo oposto e no mesmo enfiamento do escadório do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios ergue-se um belo palácio do séc. XVIII, de um elegante e sóbrio Barroco que foi o paço dos bispos de Lamego. Sobre a porta principal estão esculpidas as armas do bispo D. Manuel Vasconcelos Pereira, a quem se devem as obras de reconstrução e ampliação do velho paço episcopal. Cerca de 1940 este espaço foi arranjado para guardar condignamente o riquíssimo recheio do Museu de Lamego, cuja visita é indispensável. A localização de Lamego tão perto das margens do rio Douro proporciona passeios onde se podem admirar admiráveis panoramas dos extensos vales onde nasce o vinho do Porto.
Do alto dos seus 700 degraus, o mais belo Santuário barroco de Portugal dialoga com uma enigmática Torre medieval.São dois tempos de uma antiga cidade escondida nas montanhas. Mouros e Cristãos lutaram ferozmente pela sua posse. Mas em 1057, Fernando Magno, bisavô do primeiro rei de Portugal, conquistou-a para a cristandade. Fala deste tempo a alta Torre do Castelo, onde em dias de nevoeiro paira a alma de uma princesa moura. À sua volta, merecem ser percorridas as ruas íngremes e muito pitorescas, onde as casas se infiltram nas muralhas medievais. Retempere as forças gastas na subida comendo o saboroso presunto de Lamego e regresse ao centro. Na fachada da igreja de Almacave, onde Afonso Henriques reunia com os seus guerreiros, veja a genuína arte românica. É também deste tempo a torre encostada à Sé. Quando se fazia o sino grande, o bispo D. António Telles de Menezes despejou um saco de moedas de ouro na forja, para que a sua sonoridade fosse a mais bela de todas as cidades. O interior da Sé não tem a mesma austeridade gótica da fachada. Lá dentro, dão cor e leveza as pinturas do italiano Nicolau Nasoni. Que também projectou o Santuário dedicado a Nossa Senhora dos Remédios. Devoção e admiração é o que suscita este belo monumento cheio de lugares sagrados e de recantos surpreendentes. Descubra sumptuosas talhas em ouro e histórias contadas nos azulejos das igrejas. A visita ao museu é imprescindível: é um dos melhores do país. Inscreva no seu itinerário esta cidade do Douro, onde nasceu o "vinho fino" que foi depois Vinho do Porto.