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Diz-se que viu nascer D. Afonso Henriques e assistiu a diversos acontecimentos que conduziram à independência de Portugal, sendo o seu castelo um dos principais símbolos da nação lusa - Guimarães conquista, assim, o título de berço da nacionalidade portuguesa. De facto, são bem remotas as origens do povoado, elevado a cidade em 1853, no reinado de D. Maria II.
Habitado desde épocas anteriores à presença romana, no séc. X, a condessa Mumadona, parente dos reis de Leão, promoveu a edificação do castelo como forma de proteger a região dos assaltos de Mouros e Normandos. Posteriormente, aquando do casamento com D. Teresa, D. Henrique amplia a fortificação e em Guimarães estabelece a corte do condado Portucalense.
Em 1127, Afonso VII de Castela p. e cerco ao castelo de modo a obrigar D. Afonso Henriques, seu primo, a prestar-lhe vassalagem. A prepotência de Castela e o descontentamento da nobreza de entre o Douro e Minho face à forma como D. Teresa geria o condado apressou a rebelião, dando origem à batalha de S. Mamede, da qual os apoiantes do Infante saem vencedores, expulsando a hoste da Rainha.Hoje Guimarães é um dos grandes pólos industrias do país, sendo uma cidade que alia a tradição à vivência dos tempos modernos.
Habitualmente designada por Berço da Nacionalidade, a cidade de Guimarães possui características ímpares que a distinguem de outras cidades portuguesas e a colocam num lugar de relevo na História de Portugal. Terá sido em Guimarães que nasceu e foi baptizado aquele que, em 1179, viria a ser coroado o primeiro Rei de Portuga , D. Afonso Henriques; Guimarães terá sido palco da batalha de S. Mamede, cuja vitória de D. Afonso Henriques foi decisiva para a fundação da Nação Portuguesa ao garantir a independência do Condado Portucalense face ao Reino de Leão. A origem de Guimarães remonta a uma villa, então designada Vimaranes, que se julga ser o genitivo do nome pessoal de origem germânica Vimara ou Guimara, o qual seria um dos donos desta terra. Com o passar dos séculos, a palavra foi evoluindo para Guimarães por via do Latim. No entanto, ainda hoje os habitantes de Guimarães são designados por "Vimaranenses". No século X, a Condessa Mumadona Dias, tia do Rei Ramiro II de Leão e viúva do Conde Hermenegildo Gonçalves, manda construir na sua terra Vimaranes o convento de frades e freiras que se tornou num pólo de atracção e de fixação populacional. Para sua defesa, Mumadona manda erguer o Castelo, entre os anos de 959 e 968. A então villa Vimaranes desenvolve-se em volta destes dois pólos dinamizadores: o Convento e o Castelo. No século XI o rei Afonso VI de Leão e Castela entrega o governo da Província Portucalense ao Conde D. Henrique, que para aqui vem viver. Este casa-se com D. Teresa (filha ilegítima de D. Afonso IV). Desta união nasce, em 1111, aquele que viria a tornar-se o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Em 1114, o Conde D. Henrique morre, tendo, poucos anos antes, outorgado foral à villa Vimaranes concedendo privilégios especiais aos seus moradores.Em 1128, no dia vinte e quatro de Junho, dá-se a Batalha de S. Mamede. O Campo de S. Mamede, junto ao Castelo de Guimarães, é apontado por vários historiadores como tendo sido um dos seus palcos. Esta batalha é travada entre as hostes de D. Afonso Henriques e as de sua mãe, D. Teresa e do Conde de Trava de Galiza, em que os primeiros defendiam a independência do condado face ao reino de Leão. Esta batalha é vencida por D. Afonso Henriques marcando assim os alicerces da nação Portuguesa. Em 1179, D. Afonso Henriques é reconhecido Rei de Portugal pelo Papa Alexandre III. No século XII, o Convento, fundado pela Condessa Mumadona Dias, vai ser transformado em Colegiada, que ao longo dos tempos vai ver o seu prestígio e importância valorizados face às doações e privilégios que lhe vão sendo concedidos por reis e nobres. Com o passar dos séculos, Guimarães vai ser palco do desenvolvimento de algumas indústrias como sendo a cutelaria, a fiação e tecelagem de linho, a curtimenta das peles e a ourivesaria. No plano religioso, a devoção pela Virgem Santa Maria de Oliveira faz da vila um importante centro de peregrinação. Em volta dos seus dois pólos dinamizadores - do Convento e do Castelo - vai ser construída uma muralha defensiva e, a ligá-los, forma-se a Rua de Santa Maria. Aos poucos, estes dois aglomerados urbanos vão fundir-se num único e a organização e fisionomia da vila intramuros pouco mudará após o século XV. A instalação das ordens religiosas dos Dominicanos e Franciscanos, fora dos muros do burgo, vai contribuir para a urbanização extra-muros e consequente alargamento da cidade. No ano 1853, a Rainha D. Maria II eleva a vila à categoria de cidade, sendo a partir daqui fomentado e autorizado o derrube das muralhas, muralhas estas das quais é ainda possível hoje em dia observar alguns vestígios.