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(Chamada para a
rede fixa nacional)
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O concelho de Fafe, antes denominado Monte Longo, é uma «construção» medieval, no sentido em que é nessa dilatada época que surgem as primeiras referências à sua existência, conquanto sem a dimensão e a importância que haveria de ter mais tarde. Nesse período, embora terra presumivelmente pequena e de restrita importância, tinha como cabeça de concelho Santa Ovaia ( Eulália ) Antiga, chamada de Fafe desde o século XVIII. Santa Eulália de Fafe sempre foi a cabeça do concelho, primeiro de Monte Longo e depois de Fafe, contrariamente às tortuosas versões que as enciclopédias repetem maquinalmente, desde não se sabe quando.
A primeira referência à existência segura do território de Monte Longo é-nos fornecida pelas inquirições de 1220, de D. Afonso II. No entanto, já antes disso, no início do século XI, em 1014, nos aparece documentada a designação de «Monte Longo», em documento referente a uma doação da segunda metade do século X, em que Ordonho III, Rei de Leão, faz essa doação de «Villa Moraria de Monte Longo» (actual freguesia de Moreira de Rei) ao Mosteiro de Guimarães, fundado nessa altura pela Condessa Mumadona.
Monte Longo teve o seu início foral outorgado pelo Rei D. Manuel em 5 de Novembro de 1513.Os forais eram na idade média, diplomas pelos quais o Rei ou Senhor garantia aos moradores determinada terra, certas regalias e privilégios, visando incrementar o povoamento e a fixação das pessoas. Em grande parte dos casos, as cartas de foral eram os documentos fundadores dos concelhos, regulando a vida jurídica, administrativa e comercial das populações. Monte Longo não está neste caso. O concelho já existia, no início do século XVI, com a sua Câmara (onde foi depositado um dos três exemplares do foral e que ainda aí se guarda religiosamente) e a sua administração municipal. Sabemos pela documentação que o município já vinha da era medieval, como se comprova pelas inquirições de 1220 e de 1258, herdeiro da terra de Monte Longo, de que há notícia desde o século XI. O foral não cria assim o concelho, ao contrário do que alguns erradamente afirmam.
Centro administrativo recente (séc. XIX), em Fafe notam-se as influências da emigração de muitos dos seus habitantes para o Brasil nos sécs. XVIII-XIX, que no regresso à terra natal, mandaram construir casas apalaçadas, de uma arquitectura imponente conhecida por "brasileira", e que muito contribuíram para o desenvolvimento da localidade investindo na indústria têxtil e na actividade comercial. Em Fafe poderá fazer vários percursos na descoberta da história, cultura, património, gastronomia e tradições da região.