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CASA DA PORTELA DE SAMPRIZ - SAMPRIZ, PONTE DA BARCA
A Casa da Portela de Sampriz é uma casa senhorial de raiz quinhentista, aninhada na encosta do Monte de Santa Rita a meio caminho entre a vila de Ponte da Barca e o mítico Castelo da Nóbrega de Fernão Magalhães.
Esta casa senhorial constitui um conjunto arquitectónico harmonioso, que resulta de extensas obras de beneficiação e ampliação efectuadas do pátio central e do imponente portão de entrada, no século XVIII, data da construção da Capela dedicada a Santo António. Ainda hoje, no piso térreo da casa e em dependências agrícolas anexas podem observar-se vários vestígios quinhentistas. A Quinta, os espigueiros, a eira, os campos verdejantes e as árvores seculares marcam o tempo da prosperidade agrícola desta casa e da região do Minho.
Portela - Sampriz
D. Maria Leonor Pereira de Lacerda Tavares Barreto e Alberto Tavares Barreto, os actuais proprietários da Casa da Portela de Sampriz, procederam a obras profundas de restauro e renovação, para adaptar a casa e a quinta a Agroturismo. A casa disponibiliza para os hóspedes quatro quartos, complementados com um vasto conjunto de valências que convidam a uma estadia com qualidade e conforto.
Motivos não faltam para experienciar a Casa da Portela de Sampriz: desde a afamada gastronomia e vinhos da região, às tradicionais aldeias e brandas de montanha, passando pelo inigualável Parque Nacional da Peneda Gerês, são inúmeras as razões para descobrir a Casa da Portela de Sampriz.
Segundo os genealogistas, a Casa da Portela de Sampriz foi primitivo solar dos Tinocos, oriundos da Ponte do Porto, concelho de Amares, e descendentes de Pedro Fz. Tinoco que esteve na Batalha de Cananor na Índia (1506).
Foi o seu filho João Pires Tinoco, ou o seu neto Pedro Anes Tinoco que, talvez por casamento, se estabeleceu em Sampriz, na Quinta da Portela. A primeira notícia documental conhecida confirma a informação daqueles genealogistas e vem referida no Foral Novo da Terra da Nóbrega, dado pelo Rei D. Manuel I, em 1513. Refere o foral que Pedre Annes (Pedro Anes Tinoco), filho de Joham da Portella (João Pires Tinoco), pagava, naquela data, pela herdade da Portela, em Sampriz, doze alqueires de pão. Acresce que a palavra herdade, na época, significava que os seus proprietários já a tinham recebido por herança. Ainda hoje, no piso térreo da casa e em dependências agrícolas anexas podem observar-se vestígios quinhentistas, designadamente cantarias chanfradas com bisel de mão-travessa, um género que caiu em desuso pelos finais do primeiro quartel do século XVI.
Mais tarde, Frei Gaspar da Silva e Lima, quinto neto daquele Pedro Anes Tinoco, instituiu um morgadio na Quinta da Portela de Sampriz em 19.10.1729. Chamou para 1º administrador do vínculo o irmão Manuel da Silva de Abreu e Vasconcelos, que foi Capitão-mor de Regalados e Provedor da Santa Casa da Misericórdia da vila da Barca (1744), casado com D. Joana Teresa Gomes Lobarinhos, uma rica herdeira, natural de Vila Verde. Fez grandes obras de remodelação nas construções preexistentes, convertendo-as num todo unitário, mais funcional e aparatoso. Em 4 de Abril de 1730 obteve licença para construir, ao lado da casa, uma capela dedicada a Santo António. Sucedeu-lhe como Morgado da Casa da Portela, onde viveu, o filho António Vicente da Silva de Abreu e Vasconcelos, casado com D. Ana Joaquina de Azevedo Ataíde de Sousa e Meneses, oriunda da vizinha Casa da Bemposta, na freguesia de São Tomé do Vade. Também foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia da vila da Barca (1797) e Vereador da Câmara durante bastantes anos. A sucessão do morgadio recaiu em Joaquim de Vasconcelos Azevedo Ataíde e Meneses, filho primogénito dos anteriores. Foi Vereador da Câmara da Barca entre 1818 e 1834 com uma interrupção de poucos anos. Durante o reinado de D. Miguel foi nomeado Coronel do Regimento de Milícias da Barca (1829) sendo condecorado com a Ordem da Torre e Espada por serviços prestados à causa miguelista. Tendo morrido em 1840, solteiro e sem descendência, sucedeu-lhe o irmão José de Vasconcelos de Azevedo Ataíde e Meneses ou, apenas, José de Vasconcelos, como foi conhecido na época. Formou-se em Leis na Universidade de Coimbra e optou pela Magistratura. Ao contrário de seu irmão Joaquim, José de Vasconcelos seguiu o partido liberal, mas não há memória familiar de dissidências entre os dois irmãos como aconteceu, na época, em muitas famílias. José de Vasconcelos emigrou para Inglaterra, passou à Ilha Terceira, foi um dos Bravos do Mindelo, tendo desembarcado na Praia de Pampelido com o exército de D. Pedro e fez todo o Cerco do Porto. Pertenceu ao Conselho de Sua Majestade (1836), foi agraciado com o foro de Fidalgo da Casa Real (1836) e reformou-se como Juiz Desembargador da Relação do Porto, tendo sido seu Vice-Presidente. José de Vasconcelos casou em 1842 com D. Carlota Amália de Passos de Almeida Pimentel, irmã do 1º Barão de Grimancelos e sobrinha do General Conde de Campanhã, e que jaz na Capela-mor da Igreja Paroquial de Sampriz, bem perto da Casa da Portela. Mais tarde, o Dr. António Pereira de Vasconcelos da Rocha Lacerda e Melo, bisneto de José de Vasconcelos, veio a herdar a Casa da Portela de Sampriz, os títulos nobiliárquicos e a representação da Família. Foi várias vezes Provedor da Santa Casa da Misericórdia e Presidente da Câmara Municipal de Ponte da Barca tendo sido dado o seu nome à praça central da vila. No tempo do Dr. António de Lacerda e já de seu filho, o Eng. Agrónomo António Pereira de Lacerda, a Casa da Portela foi regularmente habitada ao longo dos anos, embora não de forma permanente, sendo a cabeça de uma extensa e cuidada propriedade agrícola.
Maria Leonor Pereira de Lacerda Tavares Barreto e Alberto Tavares Barreto são os actuais proprietários da Casa da Portela de Sampriz que recentemente restauraram e prepararam para Agroturismo.